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A ingestão de proteína pode provocar danos renais?

23 de março de 2020
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A ingestão de proteína pode provocar danos renais?

As famosas dietas hiperproteicas estão em voga, principalmente nos praticantes de exercício físico. 

Muito se fala sobre os prováveis efeitos negativos, em especial na função renal.

Vamos começar por perceber a importância das proteínas no nosso dia-a-dia.

Funções das proteínas no organismo

As proteínas são as moléculas mais importantes e que estão presentes em maior quantidade no nosso organismo. Uma molécula de proteína é constituída por diversas cadeias de aminoácidos, que lhes proporcionam várias funções, como por exemplo, de transporte, construção, imunidade, estando presentes na produção de enzimas, hormonas e anticorpos.

Na perda de peso, privilegia-se este nutriente por trazer saciedade prolongada. Além disso, ajuda a reduzir a flacidez decorrente da perda de massa gorda.

Quando associamos o desporto a este processo, as necessidades nutricionais de proteína aumentam. Há necessidade de mais “material” para reparação das fibras musculares. 

Que quantidade de proteína devemos ingerir?

A quantidade de ingestão diária de proteína depende de vários fatores, tais como, idade, género, grau de atividade física e doenças associadas.

Em adultos, sem problemas de saúde, é recomendado um consumo de 0,8g de proteínas por quilograma de peso corporal, por dia. 

Assim, para um adulto de 60kg de peso corporal, isto equivale a 48g de proteína diária, o que em muitos casos é insuficiente para otimizar a saúde e a composição corporal.

Na realidade alimentar portuguesa, excede-se em muito este valor. 

Dietas com 1,4g a 2g de proteína por quilograma de peso, por dia, são as mais recomendadas para quem pretende emagrecer. Trazem saciedade, permitem a redução de outros nutrientes, como os hidratos de carbono, sem descontrolo da fome.

Então, dentro dos mesmos parâmetros acima, é recomendada uma ingestão máxima de 120g de proteína por dia. 

No programa FITGYM, apesar de não haver limites na quantidade em alguns grupos de alimentos, foi verificado que, num dia tipo*, os valores de proteína rondam este valor. 

Desta forma, a saciedade é prolongada e o metabolismo acelerado, facilitando o ganho de massa muscular e diminuição de massa gorda.

*(Neste dia incluímos:

1 ovo, 5 fatias de presunto, aveia, frutos secos, 150g de carne (parte edível), 150g de peixe (parte edível), verduras, cacau, côco ralado, fruta, sementes e azeite.)

Pode uma dieta hiperproteica provocar danos nos rins?

O rim é responsável por manter o equilíbrio hídrico, de minerais e solutos. Esse equilibro é conseguido através da filtração do sangue. 

Efetivamente, a ingestão excessiva de proteína leva a um aumento na taxa de filtração renal, mas não de uma forma significativa comparativamente com o desempenho do rim ao longo do dia. 

Dietas com um alto teor de proteína apenas poderão danificar e comprometer a função do rim em doentes já com problemas renais. Isto acontece devido à produção em excesso de nitrogénio presente nos aminoácidos, onde a sua eliminação é mais difícil num rim já danificado.

Portanto, em indivíduos com rins saudáveis, não existem problemas de saúde associados a uma dieta hiperproteica. 

Mesmo em dietas com 3g de proteína por quilograma de peso, por dia, não se encontraram problemas na função renal, segundo o descrito em estudos científicos.

A dieta do FITGYM

Quando realizamos uma dieta que valoriza a ingestão de proteína em detrimento de hidratos de carbono, em conjunto com a prática de exercício físico, como acontece no nosso programa FITGYM, existe uma maior perda de peso, se compararmos com dietas que valorizam a ingestão de hidratos de carbono. 

A ingestão de proteínas facilita o processo de perda de peso, pois não só está presente no aumento de massa muscular, como também acelera a perda de massa gorda. 

Não está comprovado que a longo prazo, uma dieta rica em proteínas traga problemas de saúde, em específico nos rins, em pessoas saudáveis. No entanto, deve realizar regularmente análises sanguíneas e urinárias, de modo a monitorizar o seu estado de saúde.

Como prevenção, um regime alimentar equilibrado é sempre a melhor recomendação. Valorize sempre a ingestão de:

  • Líquidos, especificamente de água: de forma a manter o equilibro nitrogenado e evitar situações de desidratação;
  • Vegetais e frutas;
  • Alimentos ricos em vitamina A (p.ex. abóbora, espinafre e folhas de brócolos): facilitam o funcionamento do trato urinário;
  • Frutos oleaginosas;
  • Alimentos da época e biológicos; 
  • Evite alimentos processados;
  • Proteína de fontes naturais- evite o uso de suplementos alimentares proteicos.

Aposte na qualidade da proteína, ao invés da quantidade, de forma a poder garantir que todo o seu organismo está a funcionar corretamente!